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O sucesso por trás da crise: 5 maneiras efetivas para manter a empresa no azul
Incerteza! Essa pode ser a definição para o cenário econômico em 2016. Com as questões políticas impactando diretamente as atividades de diferentes setores, os números de desemprego, juros e dólar tendem a continuar subindo, mesmo que ainda haja uma melhora em relação ao ano passado. Segundo o Banco Central, a estimativa é que a inflação chegue a 6,87%, bem acima da meta central fixada em 4,5%. Em relação aos juros, o mercado prevê uma alta para 15,25% ao ano.
Nesse sentido, é fundamental que as empresas, em geral, busquem, a todo custo, operar no azul, com um bom fluxo de caixa, mantendo-se, assim, competitiva, produzindo e vendendo, realizando pagamentos de custos envolvidos nas atividades de produção e despesas operacionais do negócio, que garantem sua sobrevivência. Para que tudo isso ocorra, todavia, é recomendado ter um plano alinhado, dando um norte para desenrolar as ações no dia a dia. Nele, não podem deixar de figurar esses cinco tópicos:
1 – Avaliação da empresa
A primeira coisa a ser feita é uma avaliação da situação estratégica e financeira da empresa para compreender o cenário onde ela está situada e obter o direcionamento estratégico. Se ela estiver bem em ambos os quadrantes, é o momento de aproveitar as oportunidades geradas pela crise e pisar no acelerador para ganhar mercado. Se, ao contrário, estiver com problemas em ambos os quadrantes, a situação é emergencial e, provavelmente requer uma grande reestruturação ou um movimento disruptivo, como uma aliança ou venda da empresa. Se a empresa estiver financeiramente forte e estrategicamente fraca ela pode usar de sua situação financeira para reposicionar estrategicamente sua operação de forma cautelosa. Finalmente, se a empresa estiver estrategicamente forte e financeiramente fraca, o foco maior deve ser em readequar as margens e melhorar a liquidez.
2 – Aumentar as margens
Uma dica prática é utilizar o velho princípio de Pareto. O famoso economista italiano Vilfredo Pareto dizia que com um esforço mínimo de 20% você consegue 80% de resultado. Para isso, é preciso entender os produtos e/ou serviços que representam a fatia mais significativa da margem da empresa. Feito isso, deve ser feita uma avaliação bastante criteriosa de quais produtos e/ou serviços devem ser mantidos, descontinuados e aqueles que necessitam ser modificados ou aprimorados.
3 – Reduzir custos e repensar investimentos
Como diriam os sócios da 3G Capital, Marcel Telles e Magim Rodrigues: “custos e despesas são como unhas, estão sempre crescendo. Periodicamente precisam ser cortados”. Nesse momento de crise, é preciso intensificar a prática de corte de gastos de uma maneira bem criteriosa para descobrir oportunidades de redução. Uma sugestão prática é adotar o orçamento base zero, um modelo de planejamento orçamentário ideal para empresas que querem repensar sua estrutura de custos.
Através dessa metodologia, a empresa elabora seu orçamento como se fosse iniciar suas atividades, sem utilizar como base o comparativo com anos anteriores. A partir disso, é possível readequar os custos de operação e descobrir diversas oportunidades de melhoria.
4 – Fortalecer a organização
Nesse momento, é preciso olhar com cuidado para as pessoas e processos tentando otimizar e descobrir oportunidades de melhorias, como, por exemplo, reorganizar funcionários em relação as atividades e aproveitar a ociosidade de tempo para investir em treinamento para aumentar a produtividade da equipe.
Outra possibilidade é ter um olhar de dentro para fora, verificando, por exemplo, a necessidade de readequar os sistemas da empresa, já que esse momento é o mais adequado, devido à baixa atividade. Outro ponto fundamental, para um planejamento de sucesso é que todos os níveis e áreas da empresa tenham conhecimento dos objetivos traçados para o período, para que todos possam incorporá-los, de fato, como metas. Com todos os membros engajados sobre elas, o foco fica mais claro e dinâmico dentro da corporação.
5 – Planejar o próximo movimento
A crise não é eterna. A economia trabalha com oscilações de altas e baixas no mercado. O empresário tem que se perguntar sobre o que pode ser feito e como se preparar para quando o mercado melhorar. Deve refletir para o momento de saída da crise, sabendo quais movimentos estratégicos serão necessários, se será preciso pisar no acelerador, reinvestir na própria operação ou mesmo agir com cautela, colocando os projetos em prática passo a passo, tudo para não ser pego despreparado.
Nessa hora, ter passado pela crise pode até ter sido efetivo, pois quem conseguiu manter a empresa no azul seguirá capitalizado e se fortalecerá ainda mais para o cenário seguinte, por exemplo, iniciar novos negócios com custo de aluguel baixo.
De toda forma, cada negócio poderá exigir outras ações e condutas específicas, mas estabelecendo essas prioridades básicas, ser’ possível minimizar os efeitos da atual conjuntura. Como disse Martin Luther King, se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito.
Marcus Cordeiro é engenheiro eletricista graduado pela Poli-USP com extensão em administração de empresas pela FGV, possui 19 anos de experiência, principalmente como executivo nos setores industrial e varejista.